o
bairro da Pavuna é um dos locais mais antigos da cidade do Rio
de Janeiro. Pode-se afirmar que já haviam habitantes antes mesmo
da fundação da cidade. O cronista Jean de Léry
registrou em um dos primeiros mapas da baía de Guanabara as aldeias
dos índios tupis aliados dos calvinistas do senhor de Villegagnon.
Dentre as numerosas "ocaras" alinhadas na sua margem direita,
uma, pelo menos, que corresponderia à de "Upabuna",
estaria localizada às margens do rio a que deu nome, o rio Pavuna.
A coroa portuguesa estimulou o plantio de cana-de-açúcar.
No final do século XVI instalaram-se os primeiros engenhos de
produção de açúcar, aproveitando as terras
ainda descansadas de seu recôncavo. E com a cultura da cana, vieram
os escravos africanos. No momento, pesquisas arqueológicas resgatam
um importante elemento para a reconstrução da sociedade
escravista, a "picota" da Fazenda de N. Sra. da Conceição.
As fábricas de açúcar e aguardente prosperaram
de tal forma, que incentivou a criação da primeira freguesia
fora do centro do Rio de Janeiro, a de Nossa Senhora da Representação
de Irajá, em meados do século XVII. A crise provocada
pela descoberta das Minas, ao findar dos anos setecentos, que tão
duramente atingiu a cidade, também afetou a produção
de açúcar na área pavunense. Os senhores de engenho
conseguiram, no entanto, recuperar grande parte do prestígio
e da produção durante o século seguinte, possibilitando
até que o número de engenhos aumentasse. Mas, a sedução
exercida pelo plantio do café, aliada à insuficiência
de capital acumulado para promover melhorias nas fábricas, contribuíram
para que os antigos senhores do açúcar transformassem
os engenhos em fazendas. Não foram poucos os esforços
para dinamizar a produção cafeeira e revitalizar a prosperidade
do passado. O traçado da Estrada de Ferro D. Pedro II facilitou
o escoamento das mercadorias. O mesmo se deu com a construção
de um canal, retificando o traçado do rio Pavuna, que também
contribuiu para livrar a região do fantasma das febres que despovoavam
outras áreas do recôncavo, tal como a cidade de Piedade
de Iguaçu, em plena decadência. Esta fora a última
vila organizada em terras da cidade, cujo perímetro definitivo
se estabelecera em 1833, com a criação do Município
Neutro, a Corte imperial. A Pavuna ocupava ambas as margens do rio de
mesmo nome, cada uma delas pertencente a uma Freguesia da cidade: a
da direita, à Irajá e a da esquerda, à São
João de Meriti. A divisão do território entre as
cidades do Rio de Janeiro e Iguaçu - esta transferida, em meados
do século XIX, para um local da Freguesia de Jacutinga, daí
o nome "Nova" que adquiriu, deu origem a uma polêmica
quanto à posse das terras situadas entre os rios Pavuna e São
João. A cidade de Nova Iguaçu requeria as terras de ambas
as margens do rio Pavuna, transferindo-se a fronteira para o rio São
João; mas, vence a disputa a do Rio de Janeiro, fixando-a no
divisor tradicional das freguesias, isto é, no rio Pavuna. Assim,
a Pavuna, ficou pertencendo à cidade do Rio de Janeiro. Com a
proliferação das moradias, acelerou-se o processo de fragmentação
da malha urbana. Vieram migrantes internos e externos, face às
oportunidades oferecidas pela cidade florescente. O contrastante convívio
dos novos hábitos introduzidos pelos recém chegados, com
a tênue, mas resistente, tradição local dos antigos
habitantes, faz da história desse lugar e dessa gente, estigmatizados
por parcelas da população carioca, um desafio instigante
para a demonstração de como foram e são importantes
para a memória e a história de nossa gente.
Na Pavuna, bum, bum, bum Na Pavuna, bum, bum, bum Tem um samba, que
só dá gente reiúna.
O malandro que só canta com harmonia Quando está metido
em samba de arrelia Faz batuque assim no seu tamborim Com o seu time
enfezando o batedor E grita a negrada vem pra batucada Que de samba
na Pavuna tem doutor.
Na Pavuna tem escola para o samba Quem não passa pela escola
não é bamba Na Pavuna tem canjerê também
Tem macumba, tem mandinga e candomblé Gente da Pavuna só
nasce turuna É por isso que lá não nasce "mulhé".
Gravada originalmente em 1929 na Parlophon por Almirante, acompanhado
pelo Bando de Tangarás, e lançada em discos 78 rpm. Outras
gravações conhecidas são as de Cópia e seu
Conjunto, Britinho e sua Orquestra (1956), Marlene com Blecaute &
Nuno Roland (1968), Banda do Canecão, Luiz Carlos Ismael, entre
outras. Este samba foi a grande novidade do carnaval de 30, porque apresentava,
pela primeira vez na História da música popular brasileira,
instrumentos de percussão gravados. Até então esses
instrumentos (pandeiro, ganzá, reco-reco, tamborim, cuíca
e surdo, entre outros) não eram permitidos nos estúdios,
ficando restritos aos limites da escola de samba e seus redutos. A magnífica
interpretação de Almirante e seus companheiros do Bando
de Tangarás contribuiu para que o samba se popularizasse rapidamente;
"de tão famoso, principalmente no seu refrão original
com batucada, ficou servindo de ‘prefixo musical’ do festejado
artista, justamente conhecido como ‘A Maior Patente do Rádio’".
A gravadora quis identificar Na Pavuna como "choro de rua",
mas não teve o apoio de Almirante para tal classificação.
Edigar de Alencar mais uma vez tece o seguinte comentário sobre
a composição: "Uma outra novidade apresentava esse
samba; ao que parece, pela primeira vez era usada a expressão
batucada (não registrada nos dicionários de então),
no texto poemático. A palavra de tanta expressividade já
era comum nas rodas de samba e o próprio Sinhô, terrível
inovador, em 1925 qualificara como ‘batucada’ sua composição
de características africanas Oju Burucu. Certo é que o
vocábulo batucada viria reforçar a língua brasileira,
com sua tríplice significação: conjunto de instrumentos
de percussão, batuque (dança) e gênero de composição
do carnaval carioca, mais para samba do que para marcha." Uma elegia
à cultura negra e às autênticas raízes do
samba, assim se define a composição. A letra é
explícita, enfatizando nitidamente a importância do ritmo,
dos timbres percussivos de influências africanas. A riqueza do
texto está em nos fornecer com detalhes um retrato do batuque
praticado nesses terreiros que acabou dando origem ao próprio
samba. Em 1924, servindo como soldado a bordo do navio Poconé,
Dornellas, ouvindo o toque de um cabo que fazia brincadeiras com sua
corneta, inspirou-se a fazer o refrão de Na Pavuna (que era o
nome de um bairro carioca, distante).
A Pavuna hoje - Conforme pode-se observar através
da história do nosso bairro, a Pavuna sempre foi um bairro com
grande número de habitantes e vida econômica ativa. Possui
um Parque Industrial de pequenas, médias e grandes indústrias.
O comércio é formado por mercados, lojas de eletrodomésticos,
farmácias, sapatarias, lanchonetes, banco, fast food, supermercados,
etc. Possui também uma feira permanente chamada "Feirinha
da Pavuna". Como parte desse desenvolvimento podemos citar os principais
prédios e serviços oferecidos pelo bairro:
Núcleos religiosos: Primeira Igreja Batista em Pavuna, Assembléias
de Deus, Igreja Santo Antônio e outras igrejas católicas,
entre outros.
Prédios: 39ª DP, Forum, Central de compras- Terminal Rodoviário
Entre outros
Praças e jardins: Praça Copérnico, Praça
Nossa Senhora das Dores, Praça Centenário da Pavuna, Praça
Ênio, Entre outras
Associações e clubes: União pró melhoramento
da Pavuna, Pavunense Futebol Clube
Comércio: Multimarket, Sendas Supermercado, Atacadão Pavunense,
Farmácia Mercúrio, Pastelaria Noivinha da Pavuna, MC Donald's,
Bob's, Papelaria Mercúrio,etc...
Bancos: Caixa Econômica Federal, Itaú
Transporte: Pode-se dizer que na Pavuna existe condução
para qualquer lugar.
A Pavuna, tem como designer um segmento europeu, com muitos traços
ainda deixados pela época do reinado português na cidade
como alguns condominios de ruas estreitas, e estradas de largas calçadas.
Abandonado hoje em dia, é sabido que o governo não consegue
atender suas necessidades de manutenção assim como em
todo o Rio de Janeiro. Diferente do que muitos pensam a Pavuna é
um dos únicos bairros da cidade que atualmente não possue
favelas. Com pessoas de economicamente ativas, tem se classes econômicas
variáveis desde mendigos (que são poucos) à classe
A2.